quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nós, do Afgalisteu

Não é difícil, na política brasileira, achar figuras que nos provoquem tanto nojo quanto Bob Jefferson, Réu-nan Cagalheiros; os inúmeros juízes ab-solventes; Silvinho Meu Calhambeque; o falso moralista – e riquíssimo (cadê a Receita?) – Crasso Jereichato; o cara de palhaço Álvaro “Peruca” Dias ou O Vazador (toma Imosec) ou Agripino “Bochecha” Maia, que considera indigno mentir, sob tortura, para proteger companheiros de ideal (como se ele falasse a verdade...). Mas como o Brasil, a exemplo do futebol, é uma caixinha de surpresas, eis que surge a excrescência de Paulinho da Força. Faz força que sai (Freud estava certo quando associou merda a dinheiro). Força, Paulinho – o que Álvaro “Peruca” não precisa fazer pra rolar cocô. Paulinho (Força) Sindical, por ironia do destino, é do mesmo PDT que perdeu recentemente um homem de bem: o Senador Jefferson Péres. Esse era uma reserva moral de fato, ao contrário do que dizem de Jarbas “Fodam-se os Escrúpulos” Little Bird.

O deputado Paulinho – não confundir com Huguinho, Zezinho e Luizinho, embora nós sejamos patos – sujou a barra sindical que já é, faz tempo, pau de galinheiro. Ele, fazendo força, disse que seu nome aparecia, no inquérito sobre corrupção junto ao BNDES, 3 (três) vezes. Revendo direitinho as contas, verificaram que Paulinho não sabe somar, o que não é novidade. Seu nomezinho surge das sombras apenas 75 (setenta e cinco) vezes, o que deve ser um recorde até para a dupla, ainda solta, Mamaluf & Pittanic. Já o advogado do Pestinha, desculpem, Paulinho, argumenta:

- Grampos são apenas interpretações.

Sacaram? Você ouve uma fita:

- Tem que lembrar dos 10% do Paulinho!

- Certo. Já foi feito.

Ora, pode ser uma conversa sobre novenas rezadas por beatas para proteger o Frei Galvão do sindicalismo: 10% de todas as Aves Marias são do escrotinho, perdão, Paulinho. Que gente maldosa!

Esse é um dos maiores problemas brasileiros: perdemos completamente a confiança em nossos políticos. Que antipatriótico de nossa parte! Só por causa dos Anões do Orçamento; dos Mensaleiros, dos sucessivos presidentes daquela Casa de Tolerância e seus imbróglios, das vacas às mixarias pro restaurante funcionar; só por causa do escândalo envolvendo cartões corporativos; do Bob Jefferson dizendo na CPI : “Peguei 4 (quatro) milhões e não digo onde estão. Mato essa nos peitos”. Puxa, o bufão de opereta tem tetas maiores que as exibidas pela infeliz atriz norte-americana Jayne Mansfield num baile de gala do Teatro Municipal, lá pelos idos de 1950/60. Os bancos batem recordes sobre recordes em lucros, faturando em cima de taxas imorais; ministros são afastados por corrupção; um ex-presidente do senadinho comprou galinha por novilha – um calvário, pra quem é dono de uma cidade inteira; sacas e malas com dinheiro vivo trocam de mãos (ou de patas) entre empreiteiros, lobbistas, laranjas e outros frutos da cegueira governamental; pastores evangélicos metem dólares na bíblia e culpam os filhos; assassinos óbvios, já condenados, são absolvidos depois de ameaças aos apavorados membros do júri; capangas matam por amor ao patrão. Teve até terremoto! A terra tremeu quando soube que o Corregedor da Câmara é o Inoçonso (PR-PE).

Paulinho não tem vacas e bodes, nem piranhas como o Réu-nan, ou o modesto rebanho do Roriz. Paulinho tem arapongas! Se continuar nessa batida, vai construir um porão com torturadores de confiança, sangue novo, jovens dinâmicos, nada daqueles incompetentes que explodiram até os próprios culhões no Riocentro. Bolinha, quer dizer, Paulinho, pretende pressionar Tarso Genro, que é só Ministro da Justiça, uma folha ao vento, diante das massas que Paulinho representa.

Um lobbista entrou no gabinete de Paulinho carregando a eterna mochila. Não há nada de errado nisso. Era alpinista ou estava só levando o Paulinho para Escola Ursinho Gatuno, na qual ele cursa, com notas altas, todas de 100, o primário? Paulinho ainda pretende processar a imprensa que denunciou as falcatruas do BNDES. Isso mesmo, força! Joga a fralda cagada no ventilador. Olha, pede pra tua secretária passar Drapolene nas assaduras do teu rabo preso.

Todos os envolvidos no cagalhetê se declararam inocentes mas, por vias urinárias das dúvidas, pediram habeas-corpus.

No caso da Prefeitura de Praia Grande, um contratinho de apenas 130 milhões de reais, só 1 (um) milhão foi destinado ao “custo político”. Que fique cravado nos anais de nossa história esse exemplo de propina módica, ao contrário dos exorbitantes subornos pagos por empreiteiros, ruralistas, usineiros, etc.

O BNDES não é “caso isolado”, como diziam os gorilas no tempo da ditadura. Há varreduras e vassouradas em Furnas, na Eletrobras, na Eletropaulo (será a eletro do Paulinho?!?), financeiras diversas. Os planos de saúde jogam uns barros na assepsia e matam. Imaginem que querem considerar o stent, um dispositivo que salva milhares e milhares de vidas no mundo todo em cirurgias cardíacas, uma “operação cosmética”, só pra não ressarcir o que já foi pago. É porque não é no cu deles, de onde saem os barros.

Não tem água na bica, mas somos arrastados e mortos pelo mesmo elemento em qualquer toró (não confundir com o quebra-tíbias do Fla) de merda. Ficamos engarrafados horas e, quando nos livramos, uma bala perdida nos carimba a testa com o certificado: “Conseguiram passar desta para a melhor”.

Como se não nos bastassem os combates intestinos, os defensores do Ocidente – depois dos massacres promovidos no Iraque e no Afeganistão – querem a Amazônia e nossas águas territoriais por meio de “tratados” (os índios americanos conhecem bem o resultado desses dicumentos) ou do big stick. Um babaca disse que é mole comprar a Amazônia por 50 bilhões de dólares. Além de babaca, é ladrão e/ou desinformado. Recente pesquisa da ONU, só para a área de medicamentos a partir da fauna e da flora, estimou a Amazônia em cerca de 3 (três) trilhões de dólares. Por aí, dá pra vocês verem que eles não vacilarão na hora de invadir... Em cada esquina de nossas cidades, outrora cruzamentos bucólicos, bandos de viciados fumam pedra.

Numa frase famosa, sobre a snob corrupção britânica, o escritor Graham Greene girou a metralhadora: “Se é pra isso, que venham os russos”. Nós não temos alternativas, mesmo retóricas. Que venham... que venham... O quê? Quem? O general Custer? O DEM? O PDT do Paulinho? O caralho a quatro? Delegados comprando pão, cumpridores da Lei, são executados com tiro na nuca. O primeiro suspeito, da PM, já foi queimado. Os colarinhos brancos não trepidam diante da roubalheira porque há o Supremo como última instância, que os soltará para merecidas férias em Roma, Paris, Amsterdã (essa tem haxixe em buteco, putas na vitrine e diamantes baratinhos. Pra quem já teve um ministro da Justiça com a poupança chafurdando em gemas...).

Quem está com a razão nessa selva caótica é o rubronegro Ronaldo, o Fenômeno: “Não tem cu, vai cu mesmo”, uma grande frase à qual acrescento outra, do meu afilhado Basile, num carteado do Momo:

- Salve-se quem fuder!

Mas nem tudo está perdido: vamos, com nossa criatividade e tecnologia de ponta, fabricar caças a jato. Traficantes da Mangueira, aqueles que construíram a fortaleza com seteira e tudo, já encomendaram o primeiro. Carece de fundamento a notícia de que um grupo do BNDES ligado a Paulinho estaria intermediando a compra da aeronave.

No exato momento em que termino esse textículo, dá no jornal que cúmplices de Pau-Linho tiveram passagens e estadias pagas por um prostíbulo. Não há tanta diferença assim entre lupanares e instituições financeiras dirigidas por Sacacciolas, Caymans de Sá e outros ternos de grupo e de grifes. Há ligações entre o esquema de Paulinho e a notória cadeia (que não se perca pelo nome) de lojas Marisa. Uma pergunta: porque o BNDES empresta milhões e milhões a esses antros? O triste é que, com o exemplo de Paulinho, numa das forças fundamentais na luta contra a ditadura já deve haver vários elementos pensando não em escolaridade para seus filhos, melhor saúde, lazer, distribuição de renda..., mas em como aliar-se ao trambique. Parafraseando uma citação famosa: a carne é fraca e eles não leram livro algum.

Meu mote, de várias matérias anteriores, se encerra por hoje: por que o Marcola se regeneraria.



EXXXPORTIVA

Pra aliviar um pouco o baixo-astral, uma piadinha circulando na rede:

Os jogadores do Vasco, Thiago e Jonílson, foram assaltados ao chegar em Januário (não tem santo lá). Ao receber a queixa, um policial mais avoado perguntou:

- O autor foi o Eurico mêrmo ou outra quadrilha da área?

6 comentários:

David da Silva disse...

Aldir, com todo meu ateísmo, abençoados somos os que podemos nos incendiar à sombra da tua palmeira do mangue.
É muito duro a gente se ver assim, sem saída, atolado.

Anônimo disse...

Aldir...Que alegria ler você.Lendo direto tudo e já adicionei seu blog em meus favoritos. Ah! Guardo com muito carinho a foto que tirei contigo lá no Centro de referência na Garibaldi. Já sei que vem livro novo seu e eu vou comprar, mas quero dedicatória,pois você para mim é um farol guia. Beijos carinhosos meu mestre. Rosa

Anônimo disse...

Aldir...Que alegria ler você.Lendo direto tudo e já adicionei seu blog em meus favoritos. Ah! Guardo com muito carinho a foto que tirei contigo lá no Centro de referência na Garibaldi. Já sei que vem livro novo seu e eu vou comprar, mas quero dedicatória,pois você para mim é um farol guia. Beijos carinhosos meu mestre. Rosa

Anônimo disse...

solidária no seu ódio pelo Eurico.bjs. rosa

Daniel Samam disse...

Aldir!
Parabéns pelo blog e pelo Texto!
Maravilhoso!
Quando deve sair o seu novo livro?
Como um bom tijucano, deixo um convite para tomar umas no Bar do Momo...rs
Se puder tbm, visite o meu Blog
www.cariocaboemio.blogspot.com
forte abraço!

Daniel Samam

De Lima, Papais & Garcez disse...

Aldir quero lhe indicar meu blog - marcioviniciusj.blogspot.com - dê uma força para mim, meu irmão.