segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A Privadização dos Filhos da Puta em Marcha

FHC I e II (que foi, vale lembrar, o articulador da mudança na lei para permitir reeleição), contrariando expressamente idéias que defendeu em seus livros anteriores, durante seu governo (?) privadizou em massa, sendo a mais célebre delas o incrível escândalo das chamadas Teles. O argumento era sempre o mesmo: empresas privadizadas funcionam melhor, dão mais lucro, melhoram a qualidade dos serviços e elevam o número de empregos. Apesar das promessas, uma das raras exceções que realmente cumpre a babaquice verborágica, é a Vale do Rio Doce.

Na sexta-feira dia 15, a privadizada Light (que já foi alvo de grandes escândalos e dirigida por sujeitos capazes de fazer o Corrupião Corrupto do Veríssimo corar), anunciou um corte de energia aqui na área para a realização de “melhorias”. A luz seria limada às 8 da manhã e voltaria, impreterivelmente, às 12 horas. Picas. Por volta das 15 horas, uma neta precisava usar o nebulizador para a asma e nada de energia. Teve que ser levada às pressas para o lugar mais próximo que tivesse energia disponível. Os filhos da puta conseguiram fazer a luz voltar lá pelas 18 e porrada. Por que a Light não troca seu nome para Dark? Seria muito mais coerente, não só pela claridade em si, como por sua obscura contabilidade. Enfiem uma lâmpada no cú e tenham uma noite circense, palhaços!

O Playground do Flamengo

O Vasco é a diversão suprema dos rubro-negros. Apanha sempre, entrega o ouro, não tem moral. Seu presidente, Jeurico o Piranda, faz há anos uma campanha demagógica baseada em frases estúpidas como “O que me interessa é vencer o Flamengo” e tudo que o clube lesado por ele faz é perder, perder, perder. Para delírio da torcida do Fla, teve até pênalti perdido por Edmal, o Animundo. Se bem que, dessa vez, ele tenha razão: não tinha condições físicas, psicológicas, morais, e pode-se acrescentar mais umas quinze palavras a essa lista. Edmal, o Animundo, perdeu dois pênaltis cruciais em duas disputas de campeonatos do mundo. Isso pode ser até desculpável. Na gíria futebolística, só perde quem se apresenta pra bater. Mas nada me fará engolir, nunca, Edmal ter abandonado seus companheiros já uniformizados no vestiário do Palmeiras enquanto fugia para o Rio. É preciso uma falta de comando absoluta uma estupidez de azêmola, para permitir que esse jogador cobre um pênalti àquela altura do jogo, ainda mais no Maracanã, palco de um de seus piores vexames. Mesmo que o jogador tenha pedido para cobrar, todos aqueles cavalos da Cú-missão Tétrica tinham a obrigação por simples bom senso de escolher outro cobrador. Mas assim é o Vasco. Retrocede sempre, de insanidade em insanidade, de desmando em desmando, de mordaça em mordaça, de relincho em relincho, em direção ao inevitável naufrágio com Jeurico capitaneando seus tripulantes-conselheiros eunucos. Nem vou perder meu tempo falando do Circo de Rolário, o chorão. Ele nunca está mesmo em campo...

Jeurico é uma besta quadrada – a não ser, é claro, na multiplicação de sua fortuna pessoal. O que se vê, hoje, em Januário (não tem santo lá), o que se testemunha no Complexo da Colina, chefiado (no sentido do traficante mesmo) é uma chusma de idiotas “dirigindo” porra nenhuma. Por que, até a queda de Jeurico, não tiram o V e o clube passa a se chamar Asco da Grama – amplamente pastada por seus tiranetes sob a batuta maluca do Maquiavel à Zé do Pipo, aquele que perde todas?

Chegamos às oito derrotas seguidas em decisão, mas Jeurico, megalômano, pretende bater esse recorde. Toda a sua ascensão (???) sobre as pedras de Calçada no Vasco foi mantida no refrão “vencer o Flamengo”. O resto da história vocês conhecem – e ainda perdeu dois títulos mundiais relativamente fáceis, tanto o Real Madri quanto o Coringão estavam podres, muito desfalcados no final na temporada. Nada falarei sobre o projeto Vasco-Olímpico porque, se isso for contagioso, eu posso passar a jurrar e dar coice.

Fora Jeurico, o Piranda, o maior recordista de merdas da história do Vasco!

Um PS: um sócio-remido do Vasco, de 85 anos, disse após o 2 x 1:

- Não foi um resultado tão ruim. Pior seria chamarem a gente outra vez de vice.

Isso diz bem do estado de espírito da torcida. Embora parte dela seja responsável pelo conchavos, benesses e, digamos, jetons, sob a liderança do POLIPO INEXTIRPÁVEL que está matando um time outrora grande.

Vc quer ganhar, Euricão? É simples. Monte um time de verdade, ao invés de entrar em campo com suas colchas de retalhos que, não por acaso, sempre correspondem a seus interesses pessoais.

Outro PS: Acho que, na falta de melhor opção, vou passar a ser torcedor do Coronel Bolonhesa, aquele timeco que empatou com o Flamengo em 0 x 0. Pode ser um elenco de merda, mas tem mais culhões do que os atuais serviçais d’A Tasca do Jeurico.

Para alegrar seu coração

Em breve nas livrarias meu novo livro “Guimbas” feito de frases relâmpago e histórias curtíssimas de buteco. Aqui vai, como aperitivo, uma delas:

O tal do Terceiro Olho dos místicos não está com essas bola toda. Na verdade, ele se atrofia num modesto quarto lugar. Em terceiro lugar, vem o olho que a gente carrega na nuca fitando nostalgicamente um passado que não voltará. Já na segundona estão os olhos propriamente ditos. É difícil um vida sem enxergar. A menos que o cara seja presidente do Vasco. E, pisca-piscando em toda a sua glória, jogando beijinhos pra torcida, em primeiríssimo lugar, lampeja o olho do cú, com a justa popularidade de quem dá pra qualquer um.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

CPMFODA-SE!

O governo Lula é composto de incompetentes, como prova a questão da derrota na CPMFoda-se. Ele tinha maioria, contava com aliados que não se pode desprezar nem brincando, até entre as fileiras que lhe fazem normalmente oposição: o Serra (Tucano) nem São Paulo, e o Aécio “Muro” Neves, continuando a tradição do avô, em Minas. Isso sem contar os inúmeros aliados a fim de uma baba nas chamadas emendas. Eu acho esse governo uma merda. Agora, cocô mesmo é você ser “salvo” por parlamentáveis ligados ao DEM. É mais ou menos como se você fosse assaltado e salvo por populares desconhecidos, que depois revelassem seus nomes: Silveirinha, Bob Jefferson do Mal, Cacciola, Maluf e todo o resto da canalha. É meio como sair de um exame de proctologia e notar que quem enfiou os dois dedos no seu rabo foi o Agnaldo Timóteo.

GENIAL

Alguns pedantes dizem que livros, poemas, músicas, para não falar de um assunto que conheço pouco, artes plásticas, não salvam ninguém. É mentira. Na única vez em que pensei em suicídio, o livro “Quintanares”, do Mário Quintana, me tirou fora e tive uma enorme vontade de viver. Por isso faço questão de recomendar o livro “Do Bestial ao Genial – frases da política” de Paulo Buchsbaum e André Buchsbaum, editado oportunamente pela Ediouro. Eu estava num momento muito ruim e, uma hora depois, estava me escangalhando de rir. É em homenagem aos Buchsbaums, Paulo e André, que transcrevo algumas frases:

“Nós podemos economizar 3 milhões de toneladas de arroz se pelo menos 150 milhões de pessoas adotarem o jejum.” – ex-presidente da Indonésia Jusuf Habibie.

“Pessoas pobres não são necessariamente assassinas.” – G.W. Bush.

“O crime, muitas vezes, é inevitável.” – Íris Resende, ministro da Justiça de FHC.

“Mulheres e filhos são apêndices do cidadão.” – Lula, 2004.

“Alguns sobreviveram ao terremoto de São Francisco (...) mas para aqueles que morreram suas vidas nunca mais serão as mesmas.” – Barbara Boxer, política americana.

“É hora da raça humana entrar no sistema solar.” Dan Quayle – primeiro vice de George W. Bush, sucedido por Al Gore.

“Estamos pronto para qualquer acontecimento inesperado que possa ou não ocorrer.” – Dan Quayle

“O futuro será melhor amanhã.” – Dan Quayle

“Eu estou honrado de apertar a mão de um bravo cidadão iraquiano que teve sua mão cortada por Saddan Hussein.” – George W. Bush, 2004

“Vocês também têm negros?” – George W. Bush para FHC em 2002

“Tenho planos para o futuro que ainda não sei quais são.” – Paulo Maluf

Jornalistas em conversa informal com Roseane Collor de Mello sobre suas viagens como primeira-dama. Respostas da Líder:

– Vamos passar 15 dias no Egito e depois vamos ao Cairo.

– Quero dizer aos leitores que estou, no momento, na página 48 do livro. Faltam muitas. É um alívio. Deveria ser consultado nos ambulatórios médicos, contra a depressão.

FHC chegando ao Chile para uma reunião de cúpula:

Quero dar as boas-vindas ao povo chileno!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

E já que o ritmo é samba...

Zeca Pagodinho na Gafieira

Vocês querem curtir um CD / DVD primoroso? Vão nessa dica porque na gafieira, o baile não segue calmamente. O motivo do alvoroço não é um pé subindo e alguém indo de cara no chão. Muito pelo contrário. O salão está cheio de alegria, de júbilo, de felicidade. O clima é de comemoração. Pintou no pedaço, de terno branco e piso novo, o grande Zeca Pagodinho. Veio revitalizar, com seu inesgotável poder de criação, um gênero subestimado. Os trompetes dos mestres Gesiel, Jessé, Flávio e Nelsinho tiram a surdina, mas não para abafar encrenca. Os sopros da banda soam como clarins dando boas-vindas a um raríssimo artista brasileiro, irredutível em seus princípios e convicções. Somem a esses sopros divinos os fôlegos finíssimos de Dirceu Leite, Zé Canuto, David Ganc, Zé Bigorna, Vitor Motta, Henrique Band, Zeca do Trombone , Aldivas Lima, J.L. Areas, Bocão, Leandro e Carlos Vegas.

Sem favor algum, Zeca Pagodinho é uma espécie de herói nacional, verdadeiro, sujeito-hômi, amado pelo povão porque veio de seu seio, amigo dos amigos, e porque não se deixou contaminar, graças a sua incorruptível modéstia, pelo Complexo de Pavão que afeta muitos daqueles que ascendem ao estrelato.

Só num detalhe a situação é parecida com aquela outra, descrita no samba clássico: o moço que chegou é faixa-preta em ginga, malemolência, jogo de cintura, e, acima de tudo, honestidade.

Sob a batuta do Maestro Paulão, assessorado por arranjos e regências Leonardo Bruno, Ivan Paulo, Lincoln Olivetti, Julinho Teixeira, Victor Santos, J. Moraes, Humberto Araújo, Cristovão Bastos e com a supervisão atenta do catedrático Rildo Hora, a orquestra ajuda Zeca Pagodinho a consagrar definitivamente grandes compositores brasileiros, fechando a matraca dos pessimistas de plantão que insistem em ver nossa música em baixa. Como pode estar em baixa a música se ouvimos, enlevados, com a participação Especial da Velha Guarda da Portela, “Lenço”? A Universal Music está de parabéns.

Clássicos feito “Beija-me”, “Pisei num despacho”, “Tive Sim”, dos nossos pais Roberto Martins, Mário Rossi, Elpídio Vianna, Geraldo Pereira e Cartola unem-se ao que o samba tem de mais belo e criativo no momento. Aí, sangue bom é injetado nas veias dos pés-de-valsa, o sangue dos puros-sangues Serginho Meriti, Roberto Lopes, Alamir, Claudinho Guimarães, Dudu Nobre, Wilson Moreira, o incrível Barbeirinho, Marcos Diniz, Luis Grande, meu cumpadi Luiz Carlos da Vila, Moacyr Luz, Canário, Nilo Penetra, Zé Roberto, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Acyr Marques, o já imortal Monarco, Francisco Santana. Parece a Seleção Brasileira de 70. Se o Parreira tivesse convocado os caras acima, a tal da sexta estrela estava no papo.

O samba é servido quentíssimo. Pudera. Na cozinha, quem está mandando ver no tempero das iguarias são os chefs Gordinho, Maia, Ura, Jaguará, Felipe D’Angola, Braga, o mago Esguleba, Macalé – tudo marinado pela base, e bota base nisso!, do piano de Alfredo Galhões, do 7 cordas de Rogério Caetano, Mestre Paulão no de 6, o bandolim de Marcílio Lopes, o baixo de Luis Louchard, cavacos de Paulinho “Galeto” e Mauro Diniz, a bateria de Jorge Gomes. Com esse plantel, até aqueles que Dorival Caymmi chamou de “ruins da cabeça e doentes do pé” querem rebolar.

No DVD, um brinde padrão-ouro: a participação histórica e bem-humorada do campeão Miltinho (Foi assim...).

Olha o Zeca Pagodinho aí, gente!

Como no samba já citado, quem está fora quer entrar, nem que seja subindo pelas paredes, quem está dentro não quer sair de jeito nenhum.

Que o Deus brasileiro, que é moreno e gosta de pagode, proteja o Zeca e resguarde o tesouro que ele representa pra nós.

E vamos tirar as damas pra dançar, sem pisar no pé nem na bola, porque o baile não pode parar. Estamos reunidos e unidos nessa Gafieira do Zeca, onde o samba de hoje é o samba de todos os tempos, o samba eterno.

Nova Era é nome de farmácia.

Aldir Blanc