segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Pássaro Cagão

Reconheço que jornais e TVs têm limitações e não podem acusar parlamentáveis sem provas.

Agora, perguntar, em tom ingênuo, por que o senadô Gari Baldi Aves, atual presidente daquela Casa de Tolerância, tirou da gaveta um projeto faraônico para construir um túnel lá dentro (uma espécie de intestino grosso que escoe a merda diária), bom, aí é bobeira demais. Ele desengavetou o tal projeto porque alguma parte entregou as bolsas e/ou malas com a propina. Um pouquinho mais de agressividade ou, pelo menos, de malícia, pessoal. Em todos esses escândalos, o riso tem sido nossa última fronteira. De que outra forma reagir quando lemos que a “insuspeita” Odebrecht e a “ilibada” Furnas (que nunca estiveram envolvidas em escândalos sobre superfaturamento, não é mesmo?) ganharam a “licitação” para construírem, de mãozinhas inocentes dadas, a giga-mega-butt usina do rio Madeira. A população local já está em fuga...




EXXX- PORTIVAS

1. O São Paulo foi campeão absoluto e indiscutível do brasileiro 2007. O gozado é que muitos cronistas sentiram-se ultrajados com as grossuras do técnico Murici Ramalho. Murici é bom técnico mas um homem xucro. Não leu Proust e Joyce. Ao contrário de Van Luxemba, não esconde suas gritantes limitações culturais sob a fantasia da elegância no vestir. Agora, conduta escrota em entrevista, escárnio, deboche e desprezo pelos jornalistas, Kalos Abertos Barreira, o Parreira, esbanjou nas perorações, depois dos jogos, da Copa da Saúdche, na qual ele pretendia “crescer na competichão” e saiu de quatro nas quartas. Ninguém chiou nem abandonou a sala das entrevistas aos gritos de “vai ironizar o caralho!”. Portanto, existem tratamentos, como dizem hoje, diferenciados para parreiras e muricis – com uma senhora diferença; Murici foi campeão deixando os outros competidores na lama e Parreira continua sua trilha de êxitos quebrando vestiário na África do Sul.

É pena que esses guetos sobrevivam em nosso futebol gerados pelo cubismo e por seu irmão mais velho, o bairrismo. Quando um cara do Bangu quebrou a perna do Zico, houve um escândalo nacional de proporções cagalheiras. Muito justo. Mas quando o osso partido foi o do Pedrinho, então no Vasco, o auê foi bem menor. O técnico do agressor, Levir Culpa, chegou a dizer que foi um lance normal de jogo. Pode ser. Afinal, Chris, que arrebentou o Pedrinho, é conhecido por sua delicadeza e seu apelido vem do nome de batismo: Maria Christina.

2. Repentelhando uma piada antiga; no começo da carreeeeiiiira como chefão do Complexo de Januário (não tem santo lá), Eurico Miranda procurou um assessor especialista em relações públicas, formado em Coimbra, e explicou sua meta:

– O Soares Calçada é muito querido pela comunidade portuguesa. Precisamos de nova imagem. Está circulando uma piada sobre a minha gestão que urge superar: “De Calçada à sarjeta”. Eu quero que você bole alguma coisa para que seja reconhecido que estou num patamar superior a Calçada.

E o assessor:

– Ah, essa é mole! Muda teu nome pra Eurico Marquise!...



Três pro Jaguar

1 – Se conselho fosse bom, Réu-nan Cagalheiros os venderia com notas frias, usando laranjas.

2 – A fome é uma espécie de Aushwitz “natural” que os ricos usam para conter o aumento de pobres.

3 – Investigação sigilosa é aquela cujos vazamentos superam os provocados pelo toró no barracão de zinco.



Mesmo que os pés-de-chinelo de sempre tenham confessado, sob tortura, numa dessas bases clandestinas por aí, abaixo os dois verdadeiros assassinos de Benazir Buttho:


domingo, 23 de dezembro de 2007

É Natal?

Desde que Kissinger, um criminoso de guerra e assassino serial, recebeu o prêmio Nobel da Paz, já sabíamos o que esperar dos Estados Unidos: Bigstick.

Recentemente em entrevista com Míriam Leitão, um dos porta-latidos de Baby Bush ficou surpreso com a pergunta :

– E quando vocês saem de Guantánamo?

O capanga se engasgou e respondeu, tatibitate como seu lider:

– Quando Cuba for uma democracia.

A pergunta é:

Os Estados Unidos são uma democracia? A construção de prisões secretas para tortura em países de Europa que recebem “ajuda econômica”, a não-aceitação de acordos vitais para a sobrevivência do planeta, o truque aplicado para re-invadir o Iraque (que não possuía as apregoadas armas de destruição em massa), o escândalo das mentiras para invadir o Irã, a destruição, inclusive geográfica, do Afeganistão, tudo demonstra claramente que hoje o EUA da dinastia dos Buschetta não são democracia porra nenhuma. Agora, a Câmara dos Representantes ianque – em votação apertada: 222 contra 199 (existem, portanto, além da cópula do governo, 199 políticos pró-tortura) – aprovou lei contra essa prática hedionda, que varreu o Cone Sul sob o nazi-patrocínio de Kissinger. Mas Baby Bush, mostrando a cara e a bunda fascistóides já avisou que “vai vetar”. Quer dizer, os EUA, que se auto-nomearam os Robocops do mundo, continuarão torturando e matando impunemente em todos os lugares onde sentem seus lucros ameaçados. O Brasil, com essa história de combustível orgânico, é alvo fácil.

Detalhe: nenhum político americano tira uma foto ao lado de Baby Bush. Sabem o prejuízo que isso acarretará.


EXXX-PORTIVAS I

O Futebol, lá e cá, está lotado de Makelelês, Emersons e Gilbertos Silva, que ganham fortunas e exibem a mediocridade habitual. Emerson é banco, basta entrar pra dar aquela fechadinha Honório Gurgel que o advrsário faz gol. Há os Anelka (é isso?), Carew – são dezenas. Outra lástima é que, no futebol inglês, os chamados afro-descendestes, ao invés de se imporem pela propalada criatividade, batem de fraturar poste. Não por acaso o Obina recusou propostas do Manchester United, do Chelsea, e do Arsenal...

Uma curiosidade: há um jogador na Inter de Milão chamado Pelé, que nunca fez um gol, unzinho, em jogos profissionais do clube – mas recebe uma grana. Contra o Milan, hoje, domingo, tentou dar um certeiro chute de cobertura. E a bola ultrapassou os alpes e caiu sobre uma vendedora de repolho em Leixões, Portugal. A anciã encontra-se em estado de coma numa CTI.


PRESENTE DE NATAL:

Segue, de quebra, o texto que mais gostei em 2007. divirtam-se. Não sou desses que passam a mão na cabeça e dizem: “tadinho, ele já sofreu muito”.

E naquele lar de Brasília...

- Bom , Renan, agora que estamos só nós dois, vamos conversar a sério sobre seu affair com a gestante. Posso compreender e até perdoar, mas exijo toda a verdade.

- Psiiii, as paredes têm ouvidos...

- Ouvidos, não, Renan. Verdadeiros alto-falantes. O Brasil inteiro já está farto de saber e morrendo de rir. Seja homem! Diga a verdade!

- Querida, foi um casinho à-toa, um deslize, o único em minha vida. Pra ser sincero, o único em minha vida. A gestante não era boa de cama. Nós só fizemos, além, é claro, de centenas do monótono papai-e-mamãe, algumas variantes de posições simples e um ou outro esquete, brincadeirinhas tediosas. Por exemplo, Carro Alegórico, Cachorrinho na porta da Igreja, Babuíno com Urticária, Chuveirinho Dourado, Dalai Lama com dança de São Guido no Mosteiro, Chafariz no Ponto G, O Rabino e as Gravatas, Odalisca Ninfomaníaca no Silvio Santos, Padre Marcelamê Roça X A Diaba de Botas, Suricutico na Maritaca, o Incêndio de Sodoma, A bateria da Beija-Flor homenageia o Marquês de Sade, O Sanguessuga e a Navalhada, Negão de Borracha (com duas pilhas grandes) invadindo os fundos do Senado, A Gata Borralheira cavalgando o Bucéfalo do Agreste, Mariposa no Bigode de Sarney (usei um postiço), A volta de Esther Williams no Piscinão de Ramos, O Homem Aranha 4 contra Messalina, Xeque-Mate de Sibá para Barranquilha nas Bochechas do Agripino, cenas escolhidas de A Dama do Lotação, Pombinha fazendo caca em Estátua Eqüestre, Engavetamento no Papamóvel, A Contorcionista e o Bagre Babão, O Auparishtaka ou congresso oral do Kama Sutra, com destaque para a fase “O Chupar da Manga”. Pra você não pensar que sou mentiroso, o item está na página 92 da prestigiosa edição da Zahar – além de cafungar na Vashakari. Para contrastar com a influência estrangeira, também fizemos, patrioticamente, o Tamanduá Doidão tosquiando a Ovelha Punk, o Fauno e a Maga na embolada de Manezinho Araújo; Von Rommel e a Rata do Deserto, Tuma-lá-da-Cá, Afrodite e o Javalinha do Nova Capela, Talibimba no Afegalisteu, Leda e o Pato Donald. Que eu me lembre foi só isso. Quero ressaltar que mentem aqueles que me acusam de ter praticado ménage a trois. Quando o garçom entrou com os drinques e eu propus organizar Sangalo no Trio Elétrico, ele teve um ataque epilético. Também não deu pra levar o anão contratado porque o pobrezinho pegou dengue. Foi isso, um fardo, um verdadeiro calvário!

Só ao abrir os braços, em gesto de crucificado, Renan reparou que, além do vômito no carpete, estava sozinho no quarto. Vestiu-se (era quarta-feira) para seu dia de labuta naquela casa de tolerância que integra os Três Phoderes. Quando abriu a porta para sair de fininho, ouviu o chamado:

- Rê!

- Sim, querida?

- Vê se não esquece a camisinha, babaca!



DUAS NATALINAS

Com musiquinha:

Natal, Natal dos velhinhos,

Natal das noites de luz.

Natal da Estrela Guia!

Natal: chuveirinho nos cus.

1- Quanto mais virgem o azeite, melhor o pau rompe o cabaço;

2- A coisa mais triste da terceira idade é que toda vez que você, após abundante ceia de natal, peida, mesmo que seja um punzim, é preciso sair correndo pra limpar a bunda.



EXXX-PORTIVAS II

O troféu cocô mole da semana se mistura às madeixas do presidente vascaíno Jeurico, o Piranda. Perder o Conca para uma volta ao futebol argentino ou clubes europeus é uma coisa. Vê-lo passar a bola para Dodõ e Washington no Fluminense... bom, aí o buraco é mais embaixo. Mas essa é a essência da administração de Jeurico, o Piranda, da sede hipoteca à briga com o ídolo dos jovens, Leandro Amaral. Vai pastar a grama de Januário, Jeurico! Eu falei grama, porque a grana, essa já está em paraísos fiscais, como ficou claro na venda do jogador Paulo Miranda.


EXX-PORTIVAS III

Lendo sobre ciências descubro novas partículas (parecia ser trote de um matemático italiano) os trôuchons. Bate a sensação de já conhecê-los. Claro! São os torcedores brasileiros, enganados pelos cartolas que enchem os bolsos, embolados em aparentes brigas de cachorros grandes (eles se entendem) e depois aparecem em solenidades e guincham:

– Nosso maior patrimônio é a torcida!

A torcida, ou seja, os trôuchons.


ESCÂNDALO

Manhã de sábado, 22 de dezembro. 12 (doze) dos canais da Net transmitiam sem trégua, os polishops da vida, com suas churrasqueiras, máquinas de suco, etc. eu gostaria de grelhar o gerente empresarial da Net na primeira e depois espremê-lo longamente na outra.

Nos tempos que correm, todos nós já nos interrogamos se seríamos capazes de ser homem ou mulher-bomba. Eu acho que não. Mas se os canais por assinatura passarem de novo “Legalmente Loira” I e II, sou capaz de um atentado.


sábado, 15 de dezembro de 2007

ENFERMARIA

Baixei enfermaria: sinusite, rinite, otite, e outros ites. Não dá nem pra focar a tela do computa. Como é freqüente a pergunta “Qual é a melhor história de bar que conheço?”, aí vão as duas que considero campeãs.

Camões naufragou no Adônis


Nas tardes de verão, o Adônis enfrentava calmarias parecidas com as que jogaram Cabral em nossas praias. Um dos donos, o Sr. Arnaldo, saboreava um chope na companhia do Sr. Reis, proprietário da farmácia próxima, que também ficava a ver navios no mar da Zona Norte. Ambos eram portugueses e trocavam, igual figura carimbada, saudades da Terrinha. O Sr. Arnaldo, calmo e bonachão, ria-se muito, ao passo que o Sr. Reis emocionava-se violentamente com as conquistas ultramarinas, com as aventuras e feitos em África, às vezes até ferindo-se com os palitos do queijinho, como se flechas ou lanças o tivessem atingido traiçoeiramente.

Num desses amenos entardeceres cariocas, entre o estridular das cigarras e o bamboleio das suadas morenas regressando ao lar, o Sr. Reis deu um súbito e vigoroso soco na mesa.

- E na literatura, nós, os portugueses, temos o maior de todos! O Maior de Todos!

O Sr. José, garçom do estabelecimento, também lusitano, para profunda contrariedade do Sr. Arnaldo, estranhou:

- Tás a falar de quem, ó pá?

O Sr. Reis tornou-se arroxeado, sugerindo apoplexia a bombordo. Preocupado com a saúde do amigo e sabendo que o que mais dói na alma dos Vates é o esquecimento, o Sr. Arnaldo teve uma idéia que julgou salvadora. Improvisou com uma das mãos um tapa-olho, enquanto com a vista restante piscava para o garçom.

O Sr. José, de início, não compreendeu:

- É cisco? Pisca três vezes e reza uma Ave-Maria pra Santa Luzia.

A essa altura, os instrumentos de bordo prenunciavam tempestade da grossa. O Sr. Reis, sufocado, parecia um crepúsculo nos trópicos, tingido todo de violetas, púrpuras e lilases. Mas graças à Virgem de Fátima, o Sr. José abriu um vasto sorriso:

- Ah, entendi! Tapa-olho! É o Rum Montila!

O Sr. Reis caiu desmaiado.

Diante dos sonoros palavrões do Sr. Arnaldo, o Aureliano, natural de Feira de Santana, que guardava a caixa-registradora, balançou a cabeça:

- Seu Zé acertou de pura cagada, né? Com ele é assim: chuta e vai no alvo! Nem Vavá...


Ajuste fiscal*


Baiano, nosso ministro sem pasta pra sacanagem, deu o alerta:

- Frozô vai aparecer com material novo no pedaço.

Frozô, grande vascaíno e boêmio, cultivava o curioso hábito de exibir mulheres monumentais no buteco onde biritávamos, talvez pelo prazer sádico de nos deixar com água na boca. No mesmo buteco, fazia ponto um inimigo mortal do Frozô, o CQ (Come Quieto). Jamais entenderemos porque as mulheres dão pra certos caras!

CQ, tocava violão e cantava sambas com bastante sutileza, mas era baixinho, feio e sonso. Quando uma das mulheres do Frozô pedia “Toca alguma coisa pra gente”, CQ era todo modéstia:

- Mais tarde... mais tarde... aqui só tem cobra criada...

Frozô também odiava o fato de CQ ter vários Palitos de Ouro, não se sabe se ganhos honestamente em campeonatos de purrinha ou mandados fazer de vigarice.

E um dia, Frozô apareceu com uma criatura da gente se atirar aos pés dela pra beijar as sandálias douradas. O inusitado é que CQ, escroto como já dissemos, não a olhou uma única vez. Na hora de ir pra outro programa, Frozô contornou a mesa e tacou a mão no focinho do CQ com tanta força que o cara ficou desacordado. Diante da revolta geral, Frozô, com a tetéia recostada em seu amplo colo, justificou o corretivo:

- Pato muito quieto em lagoa tá a fim do cu da gansa.


*publicada originalmente na Revista do Tulípio n°4



sábado, 8 de dezembro de 2007

PAU NO LOMBO

Uma polêmica esquentou, via internet, alguns setores do meio artístico. Em seu blog “Buteco do Edu”, o advogado e polemista Eduardo Goldenberg deu tremenda paulada no esquema de “captação de recursos” (nome mais bonitinho pro velho golpe do balão apagado no trem da Central), de patrocínios de estatais para projetos artísticos e realização de “eventos”, etc. Se entendi direito, Goldenberg considera – e eu também – que tudo isso se transformou, na melhor das hipóteses, numa Caça ao Tesouro. Tenho amigos (ou tinha, porque toda vez que você emite opinião contrária a um determinado interesse o amigo vira o Nuvem Vermelha de machadinha atrás do seu escalpo) de um lado e do outro. Quero apenas palpitar o seguinte: se alguém num blog, artigo de jornal e quejandos, emite opiniões que outra parte considera ofensivas, basta escrever um outro texto combatendo a argumentação anterior. É simples assim. E, no caso específico do blog do Edu, tenho absoluta certeza que o direito de resposta seria respeitado. O resto é carapuça, tipo entornar o vinho vagabundo do evento na cabeça de uma inocente, e outras baixarias. Já me vi envolvido com projetos e eventos. Não gostei e fui saindo de banda. Detesto “marcelinhos” tentando promover minha vida profissional. A visão de arte desses “marcelinhos” é mais pobre que a do moço das couves na feira da Garibaldi.

Os que acharem que minha argumentação me coloca, de lança em riste, ao lado do Eduardo Goldenberg não sabem ler ou são idiotas.

PORRADA

Considero qualquer tipo de vigarice uma forma de ofensa – e, pior ainda, se o ofendido e enganado é o indistinto público, entre o qual me incluo. Então, que o camarada russo e babaca da des-Vírtua vá pra putaquiupariu e enfie a Skavruska no Kuchenco. A KGB devia ter dado um tiro na nuca desse escroto. Estou farto de pagar por um serviço que dá vários defeitos todo santo dia desde que foi instalado.

CULTURA DE VERDADE

Uma entrevista do imenso escritor português Lobo Antunes na GloboNews. Dois momentos antológicos (leiam com sotaque):

1 — Não ligo para prêmios. Seria hipocrisia dizer que não é agradável recebê-los, mas só isso. Agora veio-me o Camões, o Neruda e outros. Diabos, eu não sou um cavalo de corridas.

2 — O problema da entrevista é que o escritor mente. Perguntam-lhe: “Quem o influenciou?” e o escritor: “Joyce e Proust”. Mentira. A mim, me influenciaram o Flash Gordon e o Pato Donaldo. Na época em que, junto com Salgari e Júlio Verne, me influenciaram, Homero podia ir à merda.

EXXX-PORTIVA

Uma das vantagens de Rolário ser também técnico do Vasco é que, se o jogador não entrar, o técnico não fugirá por lesão dos jogos contra o Flamengo.


Publico abaixo, com muito orgulho, o texto-estandarte de minha sociedade autoral, a AMAR, sobre a (con)gestão do min. Gilbardo Flora, perdão, Gil à frente (e atrás) do Eme da Cultura:

A CULTURA DESAFINADA

Marcus Vinicius de Andrade

Paulo César Pinheiro

Nei Lopes

Em janeiro de 2003, a classe musical brasileira saudava a assunção por Gilberto Gil do cargo de ministro da Cultura. Naquela oportunidade, manifestávamos ao antigo companheiro - como nós, trabalhador da música - nossa esperança. De que ele, legítimo representante, como autor e intérprete, da melhor, mais rentável e mais espoliada música popular do Planeta, pusesse nos devidos lugares a cobiça truculenta das grandes corporações sobre nosso patrimônio intelectual.

Para nossa tristeza, entretanto, a conduta desse nosso companheiro à frente do Ministério da Cultura, além de contrária aos compromissos assumidos em campanha pelo hoje Presidente Luis Inácio Lula da Silva, tem sido sempre dúbia com relação ao Direito de Autor. Ora o Ministro se omite por completo, ora busca uma postura intervencionista, propugnando pela intromissão do poder público num assunto essencialmente privado que é a gestão autoral - atividade auto-sustentável que jamais dependeu de quaisquer verbas ou recursos do Estado.

O MinC precisa saber que os autores musicais brasileiros não querem nem omissão nem intervencionismo estatal. Queremos, sim, como cidadãos, é o apoio do Estado para o cumprimento da Lei e seu respaldo para as atividades legais em defesa dos direitos dos criadores. Queremos tão-somente que o Estado obedeça à Constituição e ao ordenamento jurídico, como é sua obrigação, sem que para tanto tenha de arvorar-se em interventor nos negócios privados e/ou tutor dos cidadãos.

Como parte da Sociedade Civil organizada, lamentamos que o Ministério da Cultura se omita quanto à inadimplência dos usuários: hoje, no Brasil, cerca de 40% de emissoras de radiodifusão simplesmente se negam a pagar direitos sobre as músicas que tocam. Lamentamos que esse tipo de logro tenda a generalizar-se e seja praticado até mesmo por organismos federais, estaduais e municipais, com a complacência do MinC. Deploramos que o Ministério e o Estado jamais tenham desenvolvido ações concretas para apoiar as entidades dos criadores no desempenho de suas atribuições legais, deixando-as ao completo desamparo. E que, mesmo tendo à frente um autor de respeito, o atual Governo jamais tenha feito algo para criar uma cultura de acato e cumprimento da Lei Autoral no âmbito do próprio Estado e no seio da sociedade.

No atual momento, quando países como França e Espanha empenham-se em defender e promover seus repertórios (inclusive sob o aspecto econômico), fortalecendo a gestão coletiva dos direitos autorais, causa-nos indignação ver o MinC ir no sentido oposto e propor "flexibilizações" e limites para nossos direitos intelectuais, com isso fragilizando o imenso potencial econômico da Música Brasileira. E, girando a roda da História em sentido retrógrado, propor um descabido intervencionismo estatal na gestão de nossos direitos – o que nos atinge, antes de tudo, como cidadãos e contribuintes.

Ainda que admirando o músico e autor Gilberto Gil, não vemos como não deplorar suas propostas para a política autoral no País. E como artistas conscientes de nosso papel de agentes formadores de opinião e transformadores da sociedade, vimos reafirmar nossa disposição de continuar lutando contra a espoliação da música brasileira e contra o aviltamento de suas instituições. Em todos os níveis e instâncias.

(*) Os signatários são compositores e, respectivamente, presidente, vice-presidente e diretor-secretário da Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes, AMAR-SOMBRÁS.

SEM COMENTÁRIO

“A PALAVRA RENÚNCIA NÃO EXISTE NO MEU DICIONÁRIO”

Réu-nan Cagalheiros

sábado, 1 de dezembro de 2007

CRITÉRIOS

Segundo o aposentado Pio “XII” Correa, em artigo no Globo, Lula deveria ser chamado de Lula Africanus.

Está se tornando rotina artigos alertando contra o “fascismo” de Hugo Chávez. Longe de mim defender esse palerma, uma figura cheia de falsos ases na manga, que lembra um palhaço em Las Vegas. Mas por que não leio, com a mesma freqüência, artigos sobre o fascismo do herdeiro da Dinastia Bushetta, Baby Bush? Por que não leio artigos inflamados sobre a necessidade de invadir urgentemente o Paquistão, cujo führer, aliado de Baby Bush, deu um golpe de estado, acabou com as “liberdades democráticas”, prendeu líderes oposicionistas, e pretende promover um massacre anunciado de dissidentes antes do pleito no próximo ano – ao estilo do “pleito” em que Baby Bush mamou para se eleger? E olha só: eles, os paquistaneses aliados aos EUA, têm mesmo arsenais com fartura de armas para destruição em massa.

Qual é o critério?

CORRUPÇÃO

Vocês sabem por que estourou novo (ai, que saco!) escândalo pior que o Propinoduto? Porque o cabeça dessa nova mamata é um indivíduo apelidado de Chico Olho-de-boi, cupincha de Silveirinha, aquele chefete do Propinoduto original, que está em liberdade porque ameaçou “se ficar na cadeia, conto tudo”, e apareceram os dedos invisíveis de Rosinha Gigoga e sua Eminência Marrom, o Bum-Bum Garoto para, das sombras, libertar o assessor. Réu-nan Cagalheiros foi “condenado”, mas sua absolvição é considerada uma sopa no “voto secreto” da próxima semana, e por aí vai. Não me surpreenderia se o Cacciola saísse da cadeia direto para receber a ORDEM DO CRUZEIRO DO SUL.

No outro escândalo da temporada, que causou a demissão do ministroso (um ministro desastroso) Walfrido Mestre-Sala dos Mares de Lama Guia, quem está enfiado até o pescoço no cocoréu? O tucano Eduardo Azeredo, o mesmo que havia sido “arquivado” dias antes, apesar do uso de Caixa-2. Isso é que é Azeredo rides again! Arquivado numa semana e de volta à estesqueira na seguinte.

Ah, ia esquecendo: o Duda Mendonça, aquele publicitário elogiadíssimo pelo senadinho por ser baiano (?), na primeira de uma dessas CPIs, também está na jogada. Espera-se que, a qualquer momento, Marco Valério reclame:

– Pô, esqueceram de mim! Eu também tava nessa!

Enquanto isso, por infrações ínfimas, moças menores são estupradas por 40 latagões em celas comuns e depois classificados por otoridades como débeis mentais.

RELINCHO

Vejam esse já esperado zurro, uma declaração do ridículo Vã-Peta, um dos maiores enroladores do futebol brasileiro, volante (?) do Timão, antes do jogo contra o Vasco (é incrível que esses idiotas não aprendam nunca que o jogo se ganha depois do apito final, dentro das chamadas 4 linhas):

– A gente tem que saber a hora certa de comer um bacalhau.

Resultado: engasgou-se com a espinha.

PLANOS MORTAIS

Uma piada de humor macabro bolada pelos Planos de Morte (que se autodenominam “de saúde”): o pequeno aparelho chamado stent, que, instalado no coração, salvou milhões de vidas de pacientes cardíacos, além de evitar cirurgias mais arriscadas, foi declarado pelos Amigos do Cemitério, vulgo planos de saúde, pasmem, “cirurgia estética”. Claro que a finalidade, pra variar, é fugir à responsabilidade do pagamento assumido em contrato. É preciso ser um assassino serial para usar a argumentação tão maligna em nome da ganância desenfreada. Se um juiz, numa dessas pendegas Doente na merda X Planos de Morte considerando o stent meramente estético, mandasse prender esses líderes de barro fétido por tentativa de homicídio, isso parava. Outra modesta sugestão: que o Ministério Público, a Receita Federal e a polícia dêem uma dura conjunta nessas organizações criminosas, que já têm até fundos de investimento! Investiguem e vão fundo. Vão faltar algemas.

ENQUANTO ISSO, NO BAR K...

Zé Bebum, que é Botafogo, olha fixamente para um papo sobre futebol no canal SporTv. Entra o Mello:

– Ah, você gosta de ver o 39?

– Detesto.

– Ué!

– Tô esperado pra ver se aparece a Marluce Martins, uma vascaína competente, pra contrastar com esses seis flamenguistas trocando figurinha...

ESCÂNDALO MENOR

A mutreta é tanta que às vezes a gente nem nota. O dublê de “bispo” e parlamentável Crivella teria metido a bíblia na nomeação do novo diretor do Ipea, João Sicsú. Crivella já havia tentado antes, para o cargo de Sicsú, outro nome de sua confiança, José Chupsin.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A MORAL E O AMARAL

O que faz o tal de Amaral na meia-várzea do Vasco?

Só vi butinadas, passes errados, péssimo sentido de marcação e expulsões. Então. Por que não entramos só com dez? Não precisaríamos esperar o Amaral ser expulso. Outra sugestão: ele seria escalado, entraria em campo, e, segundos depois do soprador de apito exercer sua atividade dando início ao prélio, pegaria em gancho na parte do cangote da própria camisa e se auto-expulsaria! A torcida, em delírio, aclamaria sua atitude e ele tornar-se-ia um ídolo, pelo corajoso exemplo, de todos os incontáveis volantes-de-contenção que pululam no cu escancarado – também chamado de meio-campo – do futebol brasileiro, esses caras que entregam o ouro, levam seguidos vareios, bicam o próprio calcanhar, e, apesar de atuarem fechadinhos feito cabaços de Honório Gurgel, são (i)responsáveis por goleadas homéricas, deixando passar boi e boiada – sem alusão aos rebanhos e reses fotogênicas de Réu-nan Cagalheiros.

Pelas razões acima, o Troféu Cocô Mole de hoje está aderido ao crânio pouco iluminado do Amaral , titular absoluto do meio-campo (???) vascaíno. Ele esbanja uma peculiaridade: ele não defende, não arma, não ataca, pensa que a gente é que leva o posto até o cachorro e não o contrário. Amaral é mais um trabalhinho da Firma de Demolições Jeurico Piranda. Os críticos de Amaral, antes de lhe conceder nota 3, sempre destacam que ele luta muito. Por que não reunir Amaral e vinte pitbulls com raiva durante duas horas num galpão lacrado? Ele lutaria muito e voltaria para o meio-campo do Vasco, onde a falta de suas canelas nem seria notada porque o rendimento seria o mesmo.

MERCADO FINANCEIRO

A macumbeira de Joel Natalino Santana, técnico e rezadeira do Flamengo, pretende, a exemplo dos chineses, colocar ações na bolsa de Nova York. Venderá, entre outros produtos, amuletos e papel higiênico.

INSPIRADO NO FLA-GLOBO

O Dr. A. A. Dunshee de A., rubro-negro profissional e membro de nossa melhor sociedade, fez nova incursão em candente articulato n’O Globo, num beletrismo intitulado “O Fenômeno Flamengo”. Não se pode menosprezar a torcida rubro-negra e os espetáculos que têm dado no Rio. Agora, cabe à Márcio Braga, ao próprio A. A. Dunshee de A, a He-lau El-Lau, ao Super-Helinho, a Edmundo “Pauzinho” Santos Silva, a Kleber Danoninho e outros da cópula, perdão, cúpula explicar porque esse fenômeno não se converteu em dinheiro, a ponto do grande clube de massa não ter nem campo pra treinar. Por que o Flamengo não é rico feito o Manchester, o Liverpool, o Real Madri, o Barcelona, o Milan...? Incompetência galopante nas carreeeeeiiiiiras ou o clube tem ficado financeiramente na merda devido à distribuição dos jetons pelo Capão do momento entre tutti capi?

AFFAIR

A sexóloga Martha Suplicy poderia escrever um lindo artigo sobre o caso amoroso Dunga & Vagner Love. O affair daria um tremendo enredo pro bloco “Que merda é essa?”.

Pra finalizar: não há a menor condição de atingir “A SEXTA ESTRELA” (que parece coisa de viado ou livro do Paulo Coelho) com Gilberto, Mineiro, Gilberto Silva e o amante Blue Gardenia Vagner Love. Esqueçam o futebol e dediquem-se ao críquete ou ao badmington, por aí.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A ESTRÉIA

TROFÉU COCÔ-MOLE

Aldir Blanc

O Troféu Cocô Mole da semana vai ser colado na testa de Celso Arroth, ex-tétrico do Complexo de Januário (não tem santo lá), autor da frase:

– O Vasco é um clube único. Muito treinador já teria sido mandado embora. Aqui me sinto tranqüilo.

Pela frase acima, vê-se que Arroth, além de técnico medíocre, é um homem desinformado. Será que ele não sabe as circunstâncias estúpidas da dispensa de Renato Gaúcho, do desrespeito com que foram chutados pra fora do clube jogadores exemplares como Juninho Pernambucano, Carlos Germano e tantos outros? No momento em que escrevo, um neto me informa que o “treinador interino” é o jogador Rolário, aquele cujas festas só empatam em assiduidade com as lesões causadas pelas próprias festas. Rolário declarou que poderá se auto-escalar contra o América. Mais vexame à vista.

Parabéns pelo Troféu Cocô Mole na testa!

Enquanto isso, Eu-Rico, o Piranda, prossegue em sua obra magna: a destruição completa dos últimos vestígios de honra no Vasco da Gama. Com a sede histórica penhorada e mutretas que vão até o deposito de parte da venda de um jogador em paraíso fiscal, o Maquiavel ao Zé do Pipo, com o time caindo pelas tabelas, baba na gravata de expectativa: irá o Vasco, graças à estupidez de sua administração e contratações, despencar para a Segundona? E, pra variar, perdeu de novo para o Flamengo, time do qual só ganha da boca (imensa) pra fora. Já que usamos a palavra fora, vamos reaproveitá-la num contexto essencial:

FORA, EU-RICO! DEIXE O VASCO EM PAZ!